segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Os Conservadores e a Democracia


A maior evidência do estado de letargia em que se encontra o pensamento conservador nos dias atuais é a presença de articulistas tido como conservadores escrevendo que Hugo Chávez, Maduro, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kischner, Lula e Dilma são ameaças à democracia. Ao escreverem isso, estão inferindo que ser leal à democracia é algo digno de aplausos. Não é. Qualquer um que leu um mínimo da longa tradição do pensamento conservador, passando por Aristóteles e chegando a Hayek, sabe dos males que a democracia causa. O verdadeiro conservador abomina a democracia.

            Hugo Chávez, Maduro, Evo Morales, Rafael Correa, Cristina Kischner, Lula e Dilma são o típico produto que uma democracia pode oferecer: um sistema corrompido em que um povo corrompido elege líderes corrompidos. Em uma democracia, a maioria pervertida e indolente utiliza o sistema eleitoral para extrair renda da minoria decente e laboriosa. A democracia restringe a liberdade, a liberdade de trabalhar, investir, empreender e fazer o que bem entender com o próprio dinheiro. Não é à toa que países como Brasil, Chile, Espanha, Portugal, África do Sul e Coreia do Sul têm carga tributária muito maior hoje, quando têm sistemas políticos democráticos, do que tinham nos anos setenta, quando não tinham esses pervertidos sistemas. E foram os regimes não democráticos que fizeram esses países prosperarem.

            A “defesa da democracia” pode ter sido um mal necessário para os conservadores durante a Guerra Fria, quando havia a ameaça de algo ainda pior que a democracia: o comunismo. Os países comunistas eram ruins porque tinham um sistema econômico fadado ao fracasso, e não porque não tinham liberdade de atividade política e liberdade de expressão. Quem conhece um mínimo de história sabe que a consequência das liberdades políticas é quase sempre um sistema econômico cada vez mais parecido com o comunismo. Não foi por outra razão que Franco e Pinochet tiveram que jogar a democracia no vaso sanitário e dar descarga para colocarem seus países no caminho da prosperidade. E a China de hoje tem a economia que mais cresce no mundo porque é comunista só de nome, pois tem um sistema econômico que valoriza a livre empresa e um sistema político blindado às perversidades da democracia.

            Quando se fala que há violação da liberdade de imprensa em Cuba e na Venezuela, o que deve ser criticado é o fato de haver restrição à circulação de ideias boas, como a defesa do livre mercado e da propriedade privada. Liberdade de imprensa não deve ser defendido como algo abstrato, para qualquer ideia. Liberdade de imprensa irrestrita favorece o marxismo cultural. É por causa da liberdade de imprensa que existe difusão da perversão moral e sexual, defesa de direitos humanos para bandido e o chororô contra a “má qualidade da escola pública e do posto de saúde público”, o que é uma inversão de valores, pois nisto está implícito que os indolentes que recebem educação e saúde de graça do governo devem desfrutar da mesma qualidade daquela que é oferecida para quem trabalha e guarda dinheiro para pagar por estes serviços.

            Os falsos conservadores que “defendem a liberdade de imprensa” passaram por uma situação complicada quando em 2009, finalmente houve em um país latino-americano, Honduras, pessoas sérias que resolveram pôr fim à baderna que ocorria no continente. Para isso, obviamente tiveram que sufocar os órgãos de imprensa saudosistas do desastroso governo deposto. E nesse caso, ficar do lado da liberdade de imprensa foi ficar do lado dos arruaceiros. Liberdade de imprensa no Brasil deveria existir apenas para jornais, revistas e sites que defendem ideias minimamente decentes. Revistas como Caros Amigos, Carta Capital e Fórum, que difundem um rol enorme de ideias tortas e pervertidas, deveriam ser fechadas, assim como ocorreu com o jornal Última Hora.

            Dizer que ex-terroristas como Dilma Roussef e Franklin Martins “não estavam lutando pela democracia e sim por outro tipo de ditadura” é uma crítica fútil e estéril. Se eles estavam lutando pela democracia, eles já estavam fazendo um grande mal ao país. No Brasil dos militares, a economia crescia, as pessoas andavam nas ruas com segurança e as pessoas trabalhadoras e ordeiras tinham todas as liberdades. No Brasil do PT, a economia está estagnada, a roubalheira corre solta pelo governo, os bandidos, cheios de direitos humanos, tomam conta do país, os vagabundos são sustentados pelo dinheiro dos que trabalham e as escolas ensinam comportamentos sexuais pervertidos em cartilhas sobre sexo. A economia do Brasil democrático pode ser um pouco menos ruim do que a de Cuba, mas mesmo em Cuba, existe um mínimo de noção de ordem, patriotismo e respeito à autoridade, algo que não existe mais no Brasil há muito tempo.

            Muitos podem perguntar: mas e os Estados Unidos? Não são um país próspero, decente, e mesmo assim, democrático? Em primeiro lugar, os Estados Unidos têm um povo com mais valores morais, por isso, o país pode prosperar apesar da democracia. Em segundo lugar, os Estados Unidos sempre tiveram preocupação em limitar a abrangência da democracia, para que esta não destruísse o país. Sempre houve o cuidado para que o sufrágio não fosse muito universal. Somente a partir de 1965 os Estados Unidos tiveram um sufrágio quase universal, e desde então, vêm passando por um processo de decadência cultural e moral, o que inclui a difusão do pacifismo, do feminismo, do abortismo, do gayzismo, do ambientalismo e do politicamente correto. Ainda bem que este sufrágio não é 100% universal até os dias de hoje, e isto evitou que ex-detentos na Flórida elegessem Al Gore em 2000 e que este prosseguisse com a política de assalto ao bolso do contribuinte decente.

            Por ironia da história, o melhor partido dos Estados Unidos no século XIX era o partido que tinha o pior nome, pois era o Partido Democrático. Seu adversário, o Partido Republicano, teve como o primeiro presidente o ateu, pederasta e socialista Abraham Lincoln. Mas o nome ruim permitiu que o Partido Democrático fosse tomado por socialistas como Roosevelt e Truman, e, com isso, o Partido Republicano tornou-se o mais decente.
            E para encerrar, mais uma vez o recado: quem se diz conservador e fala de democracia como se fosse algo bom é retardado mental e tem que ir tomar no cu.