A esquerdalha
diz que o impeachment da Dilma Rousseff foi um golpe, um acontecimento parecido
com a queda de João Goulart em 1964. Colunistas de jornais e revistas de grande
circulação no Brasil, que se dizem conservadores, dizem que não foi golpe, que 1964
e 2016 tiveram acontecimentos bem diferentes.
Nunca imaginei
que um dia eu concordaria com a esquerdalha: a queda de Dilma Rousseff foi
parecida com a queda de João Goulart sim. Mas a diferença fundamental é que a
esquerdalha considera que ambos os acontecimentos foram péssimos, e eu
considero que ambos os acontecimentos foram excelentes. Jair Bolsonaro foi uma
das poucas vozes lúcidas no Congresso a reconhecer que a queda de Dilma
Rousseff e de João Goulart foram acontecimentos parecidos.
Em ambos os
casos, tratou-se de um ato de legítima defesa dos empresários contra governos
populistas. Os empresários são quem gera emprego e renda, quem faz a economia
andar. Portanto, existir um governo do qual os empresários não gostam faz o
país andar para trás. Quem gera progresso são os empresários, e não os vagabundos
que vivem de Bolsa Família. Se os vagabundos que vivem de Bolsa Família são
maioria para eleger governos, não existe outra opção que não a de derrubar
estes governos.
A esquerdalha
diz que a verdadeira motivação do impeachment é implementar um programa que
jamais passaria no teste das urnas, por não ter respaldo da maioria da
população. Nisso a esquerdalha também diz a verdade. A diferença é que a
esquerdalha acha isso ruim e eu acho ótimo implantar um programa que não tenha
respaldo da maioria da população. A maioria do populacho só faz merda, decisões
feitas pela maioria do populacho não têm como não ser decisões de merda.
É um pensamento
extremamente bocó daqueles que se dizem conservadores defender o impeachment
dizendo que “está na Constituição”. Um conservador de verdade jamais deveria
utilizar a Constituição de 1988 como referência, porque aquela Constituição é
social democrata defensora de vagabundo. O impeachment é uma solução aceitável
porque por alguma grande sorte, existe a figura de Michel Temer, que pretende
implementar o que os empresários necessitam, que consequentemente é o que o
Brasil necessita, que pretende conduzir o país de acordo com os valores
cristãos, ao contrário dos governos dos últimos 13 anos, que conduziam o país
de acordo com marxismo cultural. Além disso, Michel Temer tem porte
aristocrático e uma esposa que representa os bons costumes, que devem servir de
referência moral para o Brasil. Mas se por acaso o vice de Dilma fosse algum
delinquente do PT, do PCdoB ou de qualquer outra organização criminosa do Foro
de São Paulo, o impeachment não seria uma solução aceitável. A solução neste
caso deveria ser arrancar à força a chapa inteira e substituir por um oficial das
Forças Armadas, organização guardiã da moral e das virtudes no Brasil.
Reinaldo
Azevedo, que diz representar a direita, é extremamente bocó quando diz que a
diferença entre esquerda e direita é que a direita defende o cumprimento das
leis e a esquerda não. Se as leis são escritas por comunistas, cabe a qualquer
cidadão de bem, ou de direita, que são sinônimos, descumprir estas leis.
Reinaldo Azevedo também é extremamente bocó quando se diz conservador e defende
a democracia. Qualquer conservador de verdade considera a democracia um regime
político nefasto. Democracia é o regime político que faz os pobres pensarem que
para melhorar de vida não precisa trabalhar, que basta votar em políticos que
distribuem benesses. Quem conhece a obra de verdadeiros conservadores como Friedrich
Hayek e Ludwig von Mises sabe o quanto democracia é uma bosta.
Por fim, o problema
de Cuba e da Venezuela é que seus governos são ruins, e não que não há
liberdade de expressão. Quem se diz conservador e fala que o problema desses
países é a falta de liberdade de expressão não é conservador de verdade. A
liberdade de expressão pode ser nefasta, ao permitir a técnica gramsciana de
propagar o marxismo cultural. Bastou o macarthismo relaxar um pouco nos Estados
Unidos que anos depois ascenderam figuras nefastas como Barack Obama, Hillary
Clinton e Bernie Sanders. O período de maior crescimento do PIB no Brasil foi
um período sem a nefasta liberdade de expressão. Arábia Saudita, Bahrein e
Emirados são exemplos recentes de como a ausência da nefasta liberdade de
expressão pode resultar em harmonia social e prosperidade econômica.
Portanto, o
grande brasileiro que é Michel Temer faria muito bem em acabar com a Carta
Capital, a Caros Amigos e a Fórum, e mandar prender toda a equipe do filme
Aquarius.
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