Publicado em agosto de 2006
Os leitores da revista Carta Capital costumam se achar superiores em relação aos leitores da Veja. Os primeiros seriam mais cultos, elegantes, chiques, inteligentes e refinados; os segundos seriam grosseiros, incultos e trogloditas. Mas uma comparação honesta e isenta de chavões esquerdistas entre as duas revistas e os dois perfis de leitores revela a infinita superioridade de qualidade da Veja e de nível moral de seus leitores.É verdade que os textos da Carta Capital são mais complexos e pretensamente mais profundos. Requerem um nível maior de erudição para seu entendimento. Mas isto é uma clara demonstração da grandeza moral dos leitores da Veja, oriundos da classe média decente, da classe que realmente trabalha neste país. O típico leitor da Veja é um pai de família honesto, sujeito muito ocupado, que labuta arduamente a semana toda para criar descentemente a mulher e os filhos, e no domingo, vai à Igreja, confessa e comunga, e além disso, dedica seu tempo à família. Portanto, não sobra tempo para leituras complexas, para a profunda reflexão de todos os assuntos. É por isso que os textos precisam ser mastigados e escritos de maneira simples, para serem compreendidos por pessoas trabalhadeiras e decentes. Isto serve de pretexto de chacota praticada por leitores da Carta Capital, que são pessoas fúteis e desocupadas, e portanto, possuem tempo de sobra para leituras complexas e fúteis. Os sete reais necessários para comprar a revista Veja provém do suor do trabalho honesto, em contrapartida, os sete reais necessários para comprar a revista Carta Capital provém da mesada do papai que lê Veja, ou do salário de professor universitário pago com o imposto suado pago por quem realmente trabalha.O fato dos textos da Carta Capital terem mais rococó do que os da Veja não indicam superioridade da primeira revista em relação à segunda. Uma revista, que de forma simplória e facilmente compreensível, defende idéias corretas, como a economia de mercado, que trouxe sempre progresso e liberdade, é infinitamente superior à uma revista que de forma rebuscada defende idéias erradas, como o comunismo, que matou cem milhões de pessoas no século passado. Possui muito mais qualidades morais a revista com colunistas de linguagem pouco rebuscada que dizem a verdade do que aquela co colunistas bem-pensantes que mentem de forma discarada. Tales Alvarenga pode não ser o maior exemplo de sofisticação intelectual, mas consegue passar com linguagem facilmente compreensível verdades arquievidentes como a de que a liberdade econômica é a forma mais eficiente de se criar riqueza e que esquerdistas não são pessoas bem intencionadas que se preocupam com o próximo, são é desocupados, nocivos e antidemocráticos. Luís Gonzaga Belluzzo é um sujeito erudito e possui conhecimentos em várias áreas, mas utiliza estas vantagens para o Mal. Escreve textos cheios de rococó com o objetivo único e exclusivo de defender idéias ultrapassadas como o desenvolvimentismo e a intervenção do Estado na economia, coisas que deveriam estar na lata de lixo da história. Utilizar-se de palavras rebuscadas para defender que o Estado sufoque a liberdade das pessoas não é prática do debate de idéias, é crime contra a boa fé das pessoas.A Veja é muitas vezes acusada de ser uma revista mentirosa, mas os verdadeiros mentirosos são os que fazem tal acusação. Não existem mentiras na revista, o que acontece às vezes é a necessidade de passar uma informação verdadeira de forma compreensível ao leitor típico, e para isso, deixar um pouco de lado o completo rigor científico. A reportagem sobre o referendo do desarmamento é um bom exemplo. Os bem-pensantes bradaram contra a Veja devido aquela ocasião em que a revista cumpriu sua obrigação de esclarecer ao público a importância de votar “Não” e evitar o desarmamento dos cidadãos de bem. Os intelectuais enrageé consideraram sensacionalismo o paralelo com desarmamento chinês de 1935, com o posterior genocídio praticado por Mao-Tsé Tung e o referendo atual. Ora, foi o jeito encontrado pela revista para fazer o cidadão de bem típico de classe média entender os problemas da arbritrariedade do Estado na vida das pessoas. Os intelctuais esquerdistas leitores da Carta Capital acusam a Veja de ser uma revista panfletária e intransigente, mas isto não é defeito, e sim qualidades da Veja. É preciso ser panfletário como forma de defesa às freqüentemes meios de desinformação utilizados por esquerdistas, e é preciso ser intransigente contra os inimigos da liberdade. Se não fosse a firme e valente atitude da revista em relação à tentativa de desarmamento, os cidadãos de bem já estariam indefesos e por isso, teriam suas casas facilmente invadidas por ladrões e por sem-terra.Os leitores bem-pensantes da Carta Capital se acham superiores aos leitores da Veja também devido à comparação das páginas culturais de cada revista. A Carta Capital costuma elogiar os filmes europeus cabeça pedantes repletos de cenas de viadagens, e a Veja prefere os filmes americanos cheios de vibração e de qualidade técnica . É mais uma prova da superioridade moral da Veja. Os filmes americanos exigem menos do cérebro do espectador, mas têm o mérito de defender de forma simples as idéias corretas, de que existe o Bem e o Mal, e o primeiro deve prevalecer sobre o segundo. Já os filmes europeus, usam a suposta qualidade de “filme cabeça” para defender o relativismo moral, a inversão de valores, o homossexualismo e a destruição das bases da civilização judaico-cristã. Não é à toa que os Estados Unidos são o que restam de descência neste mundo.Intelectuais enrageé ainda satirizam os testes “você é?” da Veja e também a seção Guia. Estas partes da revista existem porque seus leitores são disciplinados trabalhadores que não raramente alcançam o sucesso financeiro. Para desfrutar desta situação, é preciso saber um pouco de etiqueta, vestuários e vinhos. Como o leitor típico é muito atarefado e não tem tempo para conhecer detalhadamente o que é chique, a revista precisa explicar de forma mastigada como se comportar bem no mundo dos bem sucedidos. É por isso que a Veja é um verdadeiro mestre da classe média decente brasileira, a que trabalha e produz riqueza. Um guia político, cultural, comportamenteal e espiritual. Sem esse brilhante veículo de comunição, a classe média teria sido facilmente sucumbida pelo esquerdismo chique da revolução cultural gramsciana, e o país estaria à beira do caos.Portanto, leitor, não se iluda com o rococó da Carta Capital. A Veja é infinitamente superior. Muito mais importante dizer de forma simples e direta que “dois mais dois são quatro e quem discorda é baderneiro e delinqüente”, do que dizer que “segundo Marx, a adição de duas unidades a outras duas unidades proporciona um resultado final de cinco”.
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